A agência de classificação de risco Moody´s manteve a perspectiva estável para as empresas de transmissão e distribuição de energia elétrica. De acordo com comunicado divulgado nesta semana pela empresa, a manutenção reflete a expectativa de que a recuperação do consumo de energia, aliadas à compensação tarifária adequada, resultarão em tendências de estabilização das gerações de fluxo de caixa para as concessionárias. A perspectiva para 2018 reflete ainda as condições fundamentais dos negócios para os segmentos de distribuição e transmissão de energia nos próximos 12 a 18 meses.
"Esperamos que o consumo de energia cresça em um ritmo moderado de 2% a 3%, em linha com nossas projeções para um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto do Brasil em 2018 e 2019,", afirmou Paco Debonnaire, analista da Moody´s. "O consumo se recuperou lentamente desde o segundo semestre de 2017, refletindo a recuperação econômica gradual do Brasil. Embora o consumo nos setores de varejo e serviços continue fraco, contido pelas taxas de desemprego elevadas, os consumidores residenciais e industriais estão conduzindo a recuperação", completou o executivo.
Ele acredita que as condições hidrológicas fracas continuarão a pressionar negativamente a liquidez do setor, por meio de um aumento das necessidades de capital de giro provocado pelos custos de energia mais elevados - ainda que parte desse aumento seja repassada mais rapidamente após a revisão dos parâmetros das bandeiras tarifárias. Na transmissão, a Moody´s espera a continuidade do atual arcabouço regulatório, fornecendo retornos permitidos estáveis e previsíveis. A agência prevê elevação dos gastos e pressão no fluxo de caixa, o que não deve afetar a liquidez das transmissoras.
Entre os critérios considerados pela Moody´s na análise está a estabilização em 12% do o índice do caixa gerado nas operações (CFO, em inglês) das distribuidoras sobre as suas receitas líquidas e a permanência em torno de 20% do índice das receitas reguladas (RAP) para necessidades de capex nas transmissoras. A Moody´s alteraria a perspectiva para positiva se o índice médio ponderado do CFO sobre receitas líquidas subisse para 15%, e caso o índice de RAP sobre capex na transmissão aumentasse para 25% em bases sustentadas. "Uma mudança para uma perspectiva negativa poderia resultar de uma queda desse índice para menos de 7% no setor de distribuição, e para abaixo de 15%, no de transmissão".
Fonte: Udop, com informações do CanalEnergia