México e Brasil respondem juntos por mais de 60% do PIB da América Latina e metade da população, são os mais industrializados da região, mas se mantiveram distantes durante todo o século 20 e início do 21, diz reportagem do El País, assinada por Ricardo Della Coletta. Uma porta para aproximação, defende, seriam as crescentes dúvidas sobre o futuro da Nafta, que une México, EUA e Canadá.
De acordo com o periódico, apenas 2% das exportações brasileiras têm como destino o México. Já as vendas mexicanas ao Brasil somaram menos de 1% do total das exportações.
O isolamento histórico das duas economias regionais tem origem, segundo especialistas consultados pelo El País, na percepção histórica de que se tratariam de concorrentes e não de parceiros. A aproximação foi acelerada nos últimos anos, por uma convergência de interesses que teria boa perspectiva.
Esse crescimento recente estaria relacionado com a assinatura, em 2002, do Acordo de Complementação Econômica, que reduziu as tarifas para mais de 800 produtos.
Qualquer aproximação entre as duas nações, contudo, deve ser gradual.
"Se o Nafta se debilitar, pode-se abrir uma porta para que o México aumente as compras dos produtos industriais que tradicionalmente adquire do Brasil e também de soja, milho, açúcar e carne", diz Andréia Adami, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, à publicação.
"É lógico que o México trabalha para reduzir a dependência dos EUA, mas não é algo que vá acontecer de um dia para outro", completa Adami.
Fonte: Udop, com informações do Jornal do Brasil (com informações do jornal El País)